Pela proposta do governo, defendida pela equipe econômica e pela Receita Federal, serão três alíquotas para o PIS em 2016: uma reduzida para empresas nas áreas de saúde, educação, rádio e televisão, tecnologia; uma intermediária, para construção civil, telecomunicações, transporte aéreo, hotelaria; e uma maior, para as demais empresas. As empresas continuariam abatendo do valor do PIS, gastos com transporte, energia, matéria-prima. Mas setores como o de serviços, que hoje pagam alíquota menor, não poderão abater o principal custo, a mão de obra.
E é aqui o maior problema para uma empresa de serviço de TI no Brasil. “Eu já perdi a desoneração da folha – que trouxe mais receita para o governo, mas que fomos penalizados ainda assim – e agora podemos ter o PIS/COFINS. Se isso se concretizar, vamos ter um período muito ruim”, pontuou Marco Stefanini, que evitou falar em corte de pessoal.
Com a reoneração da folha – que passou a vigorar a partir de 01 de dezembro – as empresas de serviços estão renegociando os contratos com os clientes. “Esse não é o melhor momento para renegociar contratos, mas a nossa margem já é muito pequena. Aumentar impostos é um grande pesadelo para a área de TI”, lamentou. Apesar das dificuldades de 2015, a Stefanini deve fechar o ano com um crescimento de 11% e uma receita de R$ 2,6 bilhões.
Apesar das dificuldades de 2015, a Stefanini deve fechar o ano com um crescimento de 11% e uma receita de R$ 2,6 bilhões. O quadro de pessoal em torno de 21 mil empregados, sendo que 10 mil no exterior. “Hoje a receita maior ainda é do Brasil, mas queremos que em 2016 a maior parte venha do nosso investimento no exterior”, disse o executivo, referindo-se principalmente ao mercado norte-americano.
De acordo com a Fundação Dom Cabral, a Stefanini é a quinta empresa brasileira mais internacionalizada. De 2008, quando a instituição iniciou esse acompanhamento, até este ano, o avanço nessas áreas foi de 542%. A companhia tem presença em 37 países e só em 2015 abriu escritório em Ontário, no Canadá, e outro em Singapura.
Com centros de Inovação na Europa e em Singapura – que está trabalhando com Analytics- , a Stefanini também começa a rever o seu próprio Centro de Inovação no Brasil, com o fim da Lei do Bem. “Não estou falando em parar, mas o sinal é muito ruim. Infelizmente, aconteceu quando se estava saindo da inércia. Inovação não se faz num estalar de dedos. E agora é para segurar e entender como a situação vai se desenhar”, atestou o CEO da Stefanini.
Ana Paula Lobo
Fonte: Convergência Digital – uol