Bovespa dispara e dólar cai com agravamento da crise política

A Bovespa registrava forte alta nesta quinta-feira, diante do agravamento da crise política após a divulgação de conversas telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravadas no âmbito da operação Lava Jato. As ações de empresas estatais, como Banco do Brasil e Petrobras, puxavam os ganhos. Perto das 12:15, o Ibovespa subia 5,86%, a 50.564 pontos. Na máxima, o índice de referência do mercado acionário brasileiro avançou a 50.577 pontos.

 

Entre as gravações está conversa com a presidente Dilma Rousseff na qual ela diz que estava enviando um emissário para entregar a Lula o termo de posse no comando da Casa Civil da Presidência para ele usar “em caso de necessidade”. As atenções agora se voltam para a cerimônia de posse do ex-presidente Lula na Casa Civil, que acontecia neste momento em Brasília.

 

No mercado, o entendimento é que os últimos desdobramentos elevam a probabilidade de um impeachment da presidente Dilma, conforme deve dar mais argumentos à oposição e fortalecer as manifestações contrárias ao governo federal. Entre agentes financeiros, o entendimento de modo geral é o de que mudanças nas perspectivas para a economia brasileira implicam troca do comando do país.

 

Na visão da equipe da corretora Rico, os últimos eventos trazem ainda mais instabilidade ao governo Dilma. O Credit Suisse destacou em nota a clientes que o Brasil viveu na quarta-feira “o auge da sua crise política”.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também afirmou na véspera que a Casa irá eleger nesta quinta-feira os membros da comissão que analisará o impeachment, com posterior instalação da comissão e eleição de presidente e relator.

 

Dólar – No mercado de câmbio, o dólar recuava mais de 2% e voltava ao patamar de 3,65 reais, também com investidores apostando na eventual troca de governo. Às 12:18, a moeda recuava 2,54%, a 3,644 reais na venda, após atingir 3,6415 reais na mínima da sessão. No pregão passado, a moeda já havia recuado 0,64%.
“A probabilidade de a presidente Dilma terminar o seu mandato é mínima”, escreveram analistas do corretora Guide Investimentos em relatório.

 

 

Fonte: Rede Jornal Contábil

 

 

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